terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mais um


Existem (uns só como projeto, como o dos EUA-México) alguns muros que são informalmente chamados de "muros da vergonha", que são construídos geralmente para impedir ou dificultar a passagem entre países ou regiões. O primeiro foi o muro de Berlim e os outros seis são: o fronteiriço EUA-México, o muro israelense na fronteira com a palestina, o muro de Marrocos-Saara Ocidental, o muro de Ceuta, o muro de Mellila e o muro da Coréia.

Eu sei que a comparação é exagerada, mas até o final do ano poderemos ter mais um desses muros que eu também classifico como uma vergonha. O jornal Le Monde publicou em sua edição do dia 23/01/09 a construção de um muro de 900 m que contornará a favela Dona Marta. Terá 1 m de tijolos coberto por uma grade de aço de 1,60 m. Também chamada de "fronteira ecológica"( creio que por tentar conservar a floresta primária vizinha, mas esse nome pode levar a uma interpretação repugnante) tem como uma das metas conter a expansão geográfica da favela ao mesmo tempo em que protege a floresta. Do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: "a prioridade[deste muro] é enfrentar o tráfico de drogas e as milícias, impondo limites ao crescimento desordenado." Esse deverá ser o primeiro de uma série de muros em torno das favelas.

Tudo bem que questões como o crescimento desembestado das favelas, o tráfico de drogas, a violência e a preservação do que ainda nos resta de vegetação são urgentes, mas é óbvio que um muro não resolverá nenhum destes, nem como medida paliativa. São questões com raízes históricas, que como tentativa de solução seriam necessárias algumas reformas sérias, assim como políticas sociais muito mais atuantes.

É uma vergonha para o governo, que explicita sua falta de habilidade para lidar com esses problemas, e uma vergonha não só para a população dessas favelas, que terão de viver como se fossem necessárias grades, mas para a população inteira.

Vida longa ao blog!


Há tempos venho relutando em criar um blog, primeiro pelo medo de abandoná-lo, como outras páginas pessoais, e depois pela chateação necessária de uma publicidade, ao menos no seu início(assim se espera). E, como primeiro post, falarei(escreverei?postarei?) sobre eles, os blogs.

Quando surgiu, os blogs eram comumente chamados de "diários virtuais", em alusão aos antigos diários pessoais. Mas acho que a comparação não é válida, visto que diários pessoais não existem para serem vistos, ao contrário dos blogs. E por mais que seja a intenção, a sinceridade e a despretensão dos diários não se repete nos blogs.

Agora a situação é bem diferente, não só se multiplicaram os blogs como as suas "funções". Há muitos especializados em um único tema: música, culinária, política, economia, futebol, esportes, celebridades, moda , beleza, humor, tecnologia, cinema e por aí vai. Há também os de crônicas, literatura, poesia, nos quais muitos aspirantes a escritor mostram suas aptidões.

Dias atrás, a Folha de São Paulo publicou que algumas empresas, durante seu processo de seleção, já exigem que os pretendentes a cargos possuam blogs, com a justificativa de analisar seus textos, suas críticas, sua posição em relação ao mundo. Eu hein! Pode até ser interessante, mas sai o possível relaxamento em escrever para os blogs e entra a vontade de impressionar.

Ainda há correntes que defendem os blogs como uma forma de "jornalismo-cidadão", como se não houvesse todo um trabalho de seleção, apuração, enquadramento, etc, sem falar na credibilidade. Mas isso vale uma discussão à parte.

O meu, que começa hoje, não sei exatamente qual linha seguir, provavelmente será uma mistura de assuntos, por isso o título do blog. Estabeleci o compromisso comigo mesma de tentar escrever pelo menos uma vez por semana, e espero por vezes conseguir um pouquinho mais do que apenas entreter. Boa leitura!